Segunda oficina temática do ImunizaSUS trata sobre comunicação em saúde e os desafios das redes sociais para as campanhas de vacina e cobertura vacinal
A segunda oficina temática do Projeto ImunizaSUS aconteceu nesta terça-feira (14/02) e tratou sobre comunicação em saúde e os desafios das plataformas digitais para as campanhas de vacina e alcance das coberturas vacinais com os membros da diretoria do Conasems, presidentes de Cosems, assessores de comunicação dos Cosems, técnicos do Ministério da Saúde, OPAS, PNI, Conass e convidados.
Durante todo o dia de programação, a mesa principal contou com a presença do pesquisador do Núcleo de Educação em Saúde Coletiva da Universidade Federal de Minas Gerais (NESCON/UFMG), Ricardo Fabrino; do professor titular da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, José Cássio de Moraes e da repórter especial e colunista de saúde da Folha de S.Paulo, Cláudia Colucci. O debate foi mediado pela presidente do Cosems/GO e secretária municipal de saúde de Senador Canedo-GO, Verônica Savatin.
Durante a fala do pesquisador Ricardo Fabrino, ele apresentou os resultados do monitoramento de cinco redes sociais (Twitter, YouTube, Telegram, Instagram e Facebook) entre os meses de maio e novembro de 2021 sobre o debate público contra vacinas em plataformas digitais. Toda essa análise está descrita no Volume 2 da Pesquisa nacional sobre cobertura vacinal, seus múltiplos determinantes e as ações de imunização nos territórios municipais brasileiros.
Conforme publicado nas considerações na Pesquisa, de modo geral, no período analisado, existe um cenário em que a disseminação de conteúdo contra vacinas segue gramáticas de desinformação intensificadas nos últimos cinco anos, no país e no exterior, em disputas diversas como: o uso de imagens pop de fácil reconhecimento pelo público; o uso da estética de peças de divulgação científica e de campanhas de conscientização de órgão públicos; a negação de conteúdo produzido por veículos de informação tradicionais como fake news; a tradução de conteúdo falso ou problemático produzido no exterior; a autovitimização dos disseminadores de conteúdo falso, quando denunciados e/ou responsabilizados. E, em alguns espaços, como Twitter, o fluxo de mudanças no perfil das publicações é acelerado, sendo fortemente influenciado pelos acontecimentos do dia.
O cenário atual é grave para a implementação de políticas públicas de saúde, na medida em que ameaça a adesão dos cidadãos ao Programa Nacional de Imunizações. Merece, dessa forma, atenção permanente e engajamento por parte dos gestores públicos da área.
Nas últimas páginas do documento, são apresentadas algumas abordagens prescritivas para lidar com a hesitação vacinal, a partir de questões envolvendo a comunicação, segundo a literatura especializada. São feitos apontamentos por um grupo internacional de pesquisadores que podem ser levados em consideração pelos atores públicos no Brasil.
Por Portal CONASEMS
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