Novidades na cirurgia de catarata

(Ilustração: Corbis.com)

No Brasil, pelo menos metade da população de idosos sofre de catarata e cerca de 1,5 milhão perdeu completamente a visão por causa dessa doença em que a lente do cristalino vai ficando opaca e esbranquiçada, até a pessoa não enxergar mais nada. A cirurgia para remoção da catarata, seguida do implante de lentes intraoculares (LIOs), não só possibilita ao paciente voltar a enxergar, como ainda rejuvenesce a visão e aumenta a segurança na locomoção. A novidade nesse campo – e que chegará ao Brasil em breve – é o uso do laser de femtossegundo, que garante mais precisão em cada uma das principais etapas envolvidas na cirurgia.

Na opinião do oftalmologista Renato Neves, diretor-presidente do Eye Care Hospital de Olhos, em São Paulo, os excelentes resultados obtidos desde o início em que se começou a usar o laser de femtossegundo nas cirurgias de catarata compensam de longe os altos investimentos no equipamento. “Enquanto na cirurgia tradicional a incisão na córnea é feita manualmente, com o auxílio de um equipamento de ultrassom que fraciona e aspira a catarata, nessa nova cirurgia as estruturas dos olhos são analisadas por um tomógrafo de coerência óptica tridimensional e as incisões e a fragmentação da catarata se dão pelo uso do laser, garantindo uma recuperação mais rápida para os pacientes”.

Neves afirma que a utilização do laser de femtossegundo simplifica a retirada da catarata e permite um perfeito posicionamento da lente intraocular. “As primeiras experiências com esse tipo de laser começaram em 1992 e vêm se desenvolvendo rapidamente desde então. A propósito, a Oftalmologia foi a primeira especialidade da medicina a empregar o laser com fins terapêuticos. Em constante evolução, podemos aguardar mais novidades em breve em termos de aplicações diagnósticas e tratamentos cada vez mais precisos e eficazes”.

Outros usos do laser de femtossegundo

O doutor Renato Neves também destaca o sucesso do uso do laser de femtossegundo no tratamento do ceratocone – doença que faz com que a córnea adquira formato cônico e irregular, resultando em visão distorcida. “O ceratocone atinge um em cada 20 mil brasileiros. A tecnologia em questão é muito útil nesses casos, tanto para os pacientes que desejam melhorar a visão com lentes de contato, como para os que dispensam as lentes. A técnica envolve a inserção de dois segmentos de arco de acrílico especial na córnea. Outro uso importante do laser de femtossegundo envolve as cirurgias refrativas – para correção de miopia, astigmatismo e hipermetropia –, bem como o transplante de córnea, tornando a cicatrização muito mais homogênea e uniforme”.

Fonte: Artigonal
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