Crianças que fazem muitos exames de imagem têm risco maior de câncer

[pullquote align=”left” textalign=”left” width=”25%”]Os resultados da pesquisa feita na Austrália mostraram que crianças e adolescentes submetidos a tomografias têm risco 24% maior da doença.[/pullquote]
Uma pesquisa alerta que as tomografias computadorizadas podem aumentar muito o risco de as crianças desenvolverem câncer. É um exame necessário em alguns casos, mas é preciso ser usado com muita cautela, e só depois que todas as outras alternativas estiverem esgotadas.

A pesquisa, feita na Austrália, analisou o histórico de 11 milhões de crianças e jovens, e descobriu que a incidência de câncer foi maior entre quem passou pelos exames de imagem.

Os resultados mostraram que crianças e adolescentes submetidos a tomografias têm risco 24% maior de ter a doença. A tomografia tem uma radiação tão forte que equivale a 400 exames de raio-x. A radioatividade atinge as células, que podem sofrer mutação e resultar em tumores.

As crianças estão mais vulneráveis, porque o corpo delas ainda está crescendo. “As células, conforme elas estão se desenvolvendo, se dividindo, elas estão mais suscetíveis no seu processo de divisão a ter modificações teciduais”, afirma o radiologista do Instituto da Criança Marcelo Valente.

Por isso, segundo a pediatra Magda Carneiro Sampaio, pais e médicos precisam ter bom senso ao encaminhar crianças e jovens a exames de imagens. “Os pais e os próprios adultos, se forem ao medico e não pedir exame de imagem, não pedir uma série de exames laboratoriais, parece que não foram bem atendidos”, ressalta.

Quando uma tomografia é extremamente necessária para uma criança no Hospital das Clínicas usa-se um aparelho que é mais moderno e pode ser calibrado para o peso da pessoa e área que vai ser analisada. Ele reduz em até 65% a exposição à radiação.

Tiago, com 1 ano de idade, já passa pela sua segunda tomografia. “Toda vez que o médico pede eu sempre pergunto: Tem mesmo que estar fazendo?”, afirma a mãe, Fernanda Alves.

Nos casos em que a radiação não é essencial, a pediatra recomenda que os médicos usem os chamados exames clínicos. “Uma boa ausculta pulmonar, por exemplo, substituiu ou é muito melhor do que um raio-x, ou deve anteceder o raio-x. Só quando existe duvida na ausculta é que a criança ou adulto deve ser submetido a uma radiografia”, afirma.

Os médicos lembram que o uso da radiação ou dos exames de imagem às vezes é necessário para o tratamento ou mesmo para acompanhar o desenvolvimento de uma doença. Mas, quanto menor o uso, melhor.

O Hospital das Clínicas também desenvolveu maneiras de fazer exames tirando o mínimo de sangue possível das crianças. São ações para humanizar o tratamento.

Fonte: G1
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