COSEMS destaca importância de atenção primária para controle do novo coronavírus
O Conselho de Secretarias Municipais de Saúde da Paraíba (COSEMS-PB) destacou a importância da atenção primária à saúde no controle ao novo coronavírus. Os municípios onde essa APS é forte possuem menor número e mais facilidade de ação das vigilâncias em saúde locais. Atualmente todos os municípios paraibanos registra casos da doença, mas os que fizeram o dever de casa conseguem lidar melhor com as ações de enfrentamento e controle.
De acordo com o boletim epidemiológico da Secretaria do Estado da Saúde, a Paraíba tinha até esta quarta-feira (19), 98.494 casos de pessoas com coronavírus e 58.031 recuperados. O número de óbitos confirmados era de 2.223. A predominância dos casos está no sexo feminino que representa percentualmente 55%. A incidência entre homens é maior apenas nos casos graves da doença e em algumas faixas de idade como entre 10 e 29 e mais de 80 anos.
Para a presidente do COSEMS-PB, Soraya Galdino, o papel da Atenção Primária à Saúde no controle da epidemia é fundamental porque se trata da porta de entrada do Sistema Único de Saúde (SUS). “A APS está atuando coordenada e tendo resolvido muita demanda relativa à Covid, essa união e organização dos gestores foram decisivas nos nossos indicadores na pandemia. Não tivemos colapso de leitos, a população foi testada amplamente, os municípios fizeram controle de entrada e saída em seus territórios, fizeram telemedicina onde nem se imaginava antes que isto pudesse ser feito, acompanharam de perto cada paciente positivado, monitoraram, cobraram o isolamento social, implantaram práticas sanitárias para mitigar o vírus e cumpriram o papel enquanto de atenção primária à saúde que realmente é a porta de entrada, e como resultado estamos aos poucos vencendo a pandemia no Estado”, disse.
Em relação à ocupação de leitos na Paraíba, os maiores índices estão no sertão, onde 49% das UTIS adulto estão ocupadas e 51% das enfermarias adulto encontram-se ocupadas. Em Campina Grande e João Pessoa, a ocupação em UTIs e enfermarias oscila entre 24% e 39%.
Nos termos da portaria 2.436/2017, a atenção básica é “coordenadora do cuidado e ordenadora das ações e serviços disponibilizados na rede”. Isso significa que são as equipes profissionais dessas unidades que acompanham o estado de saúde e os problemas da população do entorno no dia a dia, inclusive aqueles que hoje são considerados agravantes dos sintomas de Covid-19, como a diabetes, a hipertensão, e a tuberculose – as chamadas “comorbidades”.
Como cada unidade básica atende a uma população específica, cadastrada de acordo com o local de moradia, ela guarda um conhecimento da história do paciente que facilita, por exemplo, o mapeamento e o monitoramento dos grupos de risco do coronavírus em cada região.
De acordo com a professora-pesquisadora da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Angélica Fonseca, a devida atenção evita agravamentos da doença e pressão sobre os hospitais. “Com uma atenção primária forte, você tem a capacidade de evitar o agravamento de doenças, diminuindo as internações”, disse.
COSEMS-PB com Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio/Fiocruz
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