Gravidez após os 40 anos pode trazer riscos à mulher
Recentemente, duas mulheres com mais de 60 anos deram à luz após passarem por procedimentos de reprodução assistida. Os casos serviram para levantar mais uma vez a discussão sobre ética médica em torno da gestação tardia.
O motivo dos que são contra a gravidez tardia é simples: ela pode colocar em risco a vida da mulher. Segundo o ginecologista Rodrigo Mirisola, médico colaborador do Centro de Reprodução Assistida do Hospital das Clínicas, quanto maior a idade da mulher, maior o risco. “Nós consideramos gravidez de risco quando ela ocorre após os 40 anos. A paciente pode apresentar complicações sérias, como hipertensão e diabetes gestacional. Sem contar que, em geral, as mulheres mais velhas têm outras doenças que podem se agravar”, explica Mirisola.
O ginecologista explica que durante a gestação, independentemente da idade, a circulação sanguínea e o trabalho do coração acabam aumentando. Com a idade avançada, as alterações decorrentes da gravidez sobrecarregam o músculo cardíaco.
Outra questão agravante é o preparo físico da paciente. “Normalmente, as mulheres mais velhas não têm a mesma disposição. Algumas sofrem de osteoporose, problemas de circulação e obesidade”, ressalta o ginecologista.
Não há nenhuma lei que limite a idade de reprodução e, muito menos, que proíba uma gestação assistida após os 50 anos – idade máxima recomendada pela SBRA (Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida) para engravidar. Mas Mirisola acredita que os médicos devem agir com bom senso e ética. “Uma lei serviria somente para formalizar uma regra já imposta pela ética. Eu contraindicaria a gravidez assistida nesses casos”, reforça.
Tipos de reprodução assistida
O processo de reprodução assistida auxilia a procriação humana em casos de infertilidade. Existem duas técnicas principais, sendo a mais antiga e simples a inseminação artificial. Por esse método, a fecundação ocorre dentro do corpo da mulher. Como o espermatozoide não consegue alcançar o óvulo, o sêmen é inserido no colo do útero – parte inferior e estreita do útero — ou diretamente no útero. Essa técnica é ideal para casais que não apresentam problemas graves de infertilidade, mas que têm dificuldade de ovulação ou baixa quantidade de espermatozoide.
A outra técnica é a FIV (Fertilização In Vitro), em que o óvulo feminino é retirado do corpo da mulher e fecundado por um espermatozoide em laboratório. O processo começa com o estímulo da ovulação, seguido da retirada do óvulo com uma agulha introduzida no canal vaginal, da coleta dos espermatozoides e, finalmente, da fertilização. Se esta for bem-sucedida, o embrião é transferido para o útero. Essa técnica é indicada para mulheres com problemas nas trompas, sequelas de infecções e endometriose.
Existe um método mais moderno chamado ICSI (Injeção Intracitoplasmática de Espermatozoides), que funciona mais ou menos como a FIV, com a diferença de que a agulha é oito vezes mais fina que um fio de cabelo, o que causa menos desconforto à mulher na hora de retirar o óvulo.
Fonte: Site Dr. Dráuzio Varella
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