Pesquisa nega que maconha tenha benefício contra esclerose múltipla
É mito que a maconha tenha benefícios contra dos efeitos da esclerose múltipla progressiva. A afirmação é de pesquisadores britânicos que conduziram um amplo estudo clínico com cerca de 500 portadores da doença autoimune, em que foram testados os efeitos da substância ativa da planta, o tetraidrocanabiol (THC, na sigla em inglês). A exceção, ponderam os cientistas é para pacientes que apresentam a menor escala entre os graus de danos causados pela enfermidade.
O estudo foi publicado na revista “The Lancet Neurology”, uma das mais conceituadas no mundo científico. Pacientes de 26 centros de referência da doença em todo o Reino Unido foram estudados por oito anos. Os voluntários foram divididos em dois grupos: parte recebeu cápsulas com o THC e outra recebeu as mesmas cápsulas, mas sem a substância. Nenhum paciente sabia se a pílula tinha ou não o THC e todos receberam as cápsulas por três anos.
Em geral, o estudo não encontrou nenhuma evidência para apoiar um efeito do THC sobre a progressão da esclerose múltipla no resultado principal da pesquisa. No entanto, houve alguns indícios que sugerem um efeito benéfico nos participantes que estavam no extremo inferior da escala de incapacidade no início da pesquisa, mas, como o benefício só foi encontrado em um pequeno grupo de pessoas, e não em todo o grupo, mais estudos serão necessários para avaliar a robustez deste resultado.
Os atuais tratamentos para a esclerose múltipla são limitados, tanto quando destinados para o sistema imunológico nas fases mais iniciais da doença quanto em sintomas específicos, como espasmos musculares, fadiga e problemas na bexiga, disse o professor de neurociências clínicas John Zajicek, da Universidade de Plymouth.
Atualmente, não há tratamento disponível para retardar os efeitos da esclerose múltipla quando ela se torna progressiva. Experimentos em laboratório já sugeriram que alguns derivados da cannabis podem ser neuroproterores. Nosso estudo não confirmou as descobertas feitas em laboratório, apesar de haver algum indício de benefício que aqueles no menor grau na escala de evolução, há pouca evidência para sugerir que o THC tem um impacto a longo prazo no retardamento da progressão da esclerose múltipla.
A forma progressiva é um dos subtipos da esclerose múltipla. A forma mais comum é a remitente-recorrente, caracterizada por surtos que duram dias ou semanas e, em seguida, desaparecem.
O estudo foi realizado por pesquisadores da Universidade de Plymouth e financiado pelo Conselho de Pesquisa Médica, do Reino Unido, a Sociedade de Esclerose Múltipla, do mesmo país e gerenciado pelo Instituto britânico de Pesquisa em Saúde.
Fonte: http://www.portaldoconsumidor.
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