Jovens usam estimulantes sexuais de forma “recreativa” e desconsideram os riscos à saúde

O uso indiscriminado proporciona sérios riscos à saúde dos jovens. Ilustração: Corbis.com

Em 1998 teve início o uso de estimulante sexual no Brasil marcado pela chegada do sildenafil (Viagra ®).

Cabe destacar que esse medicamento trouxe um avanço importante para disfunção sexual eretiva masculina, revolucionando a forma de tratamento dessa patologia.

Inicialmente, tinha um custo elevado, mas, com a quebra da patente do Viagra, chegaram ao mercado nacional produtos com mesma ação terapêutica nacionais e/ou trazidos ilegalmente dos países vizinhos. Juntamente com o baixo custou disseminou-se o uso indiscriminado do medicamento, incentivado por inúmeras informações equivocadas sobre os efeitos “mágicos”, principalmente entre a população mais jovem.

Um levantamento recente, publicado na EBC, feito com homens entre 25 e 35 anos atendidos pelo Centro de Referência em Saúde do Homem da capital paulista revelou que 20% dos 300 pacientes atendidos, no período de um mês, utilizaram medicamentos para disfunção erétil sem prescrição médica.

O grande problema é que essas medicações estão sendo procuradas pelos homens que não possuem nenhuma disfunção sexual, mas procuram obter, de uma maneira errada e perigosa, superação no seu desempenho sexual, suprir curiosidade, superar insegurança, ou acreditam no aumento do prazer no ato sexual. O Urologista Rafael Lemos explica que isso vem sendo chamado de uso recreativo da medicação.

Em artigo Publicado – na Revista Saúde Interativa – ele ressalta que “inúmeros trabalhos mostram que esses medicamentos não apresentam esses efeitos esperados nessas pessoas que não apresentam disfunção sexual. No máximo, alguns relatam diminuição do período de latência para obter nova ereção pós ejaculação.”

Dr. Rafael comenta que muitos jovens fazem um uso do produto ainda mais arriscado associando-o ao álcool. Ele comenta que o álcool pode aumentar a autoconfiança e levar à desinibição social, o que facilitaria a busca de uma parceira e a conquista da mesma. Entretanto, esclarece que a crença de que o álcool melhora o desempenho sexual é equivocada, pois na realidade, dependendo da quantidade ingerida, o álcool pode diminuir a libido.

Após o consumo dessa “mistura”, os jovens podem até se sentirem eufóricos, potentes e desinibidos. Por outro lado o álcool leva a uma diminuição da percepção de riscos e dificuldade na tomada de decisões. Assim, um dos maiores problemas decorrentes é que muitos desses jovens mantêm relações sexuais sem proteção, o que aumenta os riscos de ocorrer transmissão de doenças sexualmente transmissíveis e gravidez indesejada, por exemplo, complementa o médico. Dr. Lemos relata que além do álcool os estimulantes sexuais estão sendo associados à drogas ilícitas como êxtase, maconha, cocaína dentre outras.

Embora os estimulantes sexuais não tenham um efeito positivo no ato sexual em pessoas sem disfunção eretiva, podem estar sujeitas aos efeitos colaterais desses medicamentos, tanto no âmbito emocional quanto orgânico. No primeiro, pode manifestar-se através de uma dependência psicológica, atribuindo ao uso à possibilidade de ereções adequadas para o intercurso sexual.

No segundo, os efeitos colaterais podem manifestar-se desde cefaleia (dor de cabeça), congestão nasal, alterações visuais ou predispor a efeitos mais graves, eventos cardíacos agudos (como nos usuários de medicações como os nitratos). Cabe destacar ainda que alguns estudos levantam o questionamento da possibilidade da diminuição da fertilidade.

Fonte: www.portaldoconsumidor.gov.br
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