Comer bem (ou mal) pode influenciar aparecimento de câncer
A luta contra o câncer talvez seja uma das maiores do ramo de saúde e descobertas recentes apontam que o surgimento da doença está muito mais ligado aos nossos hábitos cotidianos do que se podia imaginar.
E a alimentação é um desses fatores. O consumo de alimentos saudáveis ajuda o organismo a obter os nutrientes necessários para o seu bom funcionamento e até mesmo para prevenir e combater doenças graves, como por exemplo, o câncer.
De acordo com a oncologista Marina Thomaz de Lima Duz, da ONCOMED, alimentos como frutas, verduras, legumes e cereais integrais contém uma grande quantidade de nutrientes que auxiliam as defesas naturais do corpo a destruírem os carcinógenos antes que eles causem sérios danos às células e mutações genéticas precursoras de um câncer.
“Esses tipos de alimentos também podem bloquear ou reverter os estágios iniciais do processo de carcinogênese e, portanto, devem ser consumidos com grande frequência. As fibras, apesar de não serem digeridas pelo organismo, ajudam a regularizar o funcionamento do intestino, reduzindo o tempo de contato de substâncias cancerígenas com a parede do intestino grosso. São muito importantes na prevenção do câncer de cólon e reto”, comenta.
Um estudo da Universidade de Edimburgo, no Reino Unido, segundo reportagem do CicloVivo, associou a dieta rica em açúcar e gordura, os níveis de atividade física e o tabagismo ao câncer de intestino. Isso significa que o consumo de refrigerantes, bolos, biscoitos doces e sobremesas podem aumentar os riscos do tumor se manifestar.
O grupo de pesquisadores analisou dois mil pacientes e mais de 170 alimentos, entre eles: frutas, legumes, carnes, salgadinhos, chocolate, nozes e batata frita. A descoberta da gordura e açúcar como mais um fator de risco se somou aos fatores que já se sabiam, como os casos de histórico familiar, fumo e sedentarismo.
“O que descobrimos é muito interessante e merece uma investigação mais aprofundada, utilizando grandes estudos populacionais”, afirmou Evropi Theodoratou, da Universidade de Edimburgo. Ele ressalta também que, mesmo com a associação da dieta pouco saudável com o câncer, ainda é cedo para tratar o tema como causa e consequência. “É importante levar esses fatores em consideração, principalmente porque as pessoas nos países industrializados consomem cada vez mais este tipo de comida”, completa.
A médica destaca que a alimentação saudável somente funcionará como fator protetor quando adotada constantemente, no decorrer de toda a vida. Neste aspecto devem ser valorizados e incentivados antigos hábitos alimentares do brasileiro, como o uso do arroz (principalmente o integral) com feijão, que são ricos em fibras.
A médica explica que uma alimentação rica, baseada nos alimentos já citados, ajuda a diminuir o risco de câncer de pulmão, cólon e reto, estômago, boca, faringe e esôfago. “Provavelmente, esses alimentos possam reduzir também o risco de câncer de mama, bexiga, laringe e pâncreas, e possivelmente o de ovário, endométrio, colo do útero, tireóide, fígado, próstata e rim”, enumera. Ela revela ainda que já foi evidenciado que mulheres vegetarianas correm um risco muito menor de desenvolver câncer de mama do que aquelas que comem carne e laticínios.
Por outro lado, já está estabelecido um risco maior de câncer nas pessoas que ingerem grande quantidade de gordura de origem animal. “Também existe uma relação entre obesidade e risco maior para desenvolver câncer. Desde a infância até a idade adulta, o ganho de peso e aumentos na circunferência da cintura devem ser evitados. O índice de massa corporal (IMC) do adulto (20 a 60 anos) deve estar entre 18,5 e 24,9 kg/m2”, alerta Dra. Marina.
Dentre os alimentos que ajudam a combater o câncer a médica destaca o brócolis, as frutas vermelhas, o tomate, o alho, a noz, o feijão e o peixe. Ela ressalta ainda que frutas e verduras devem ser preferencialmente consumidas cruas ou pouco cozidas para preservar vitaminas e sais minerais.
O prato ideal para quem quer evitar o câncer utilizando-se de bons hábitos alimentares deve ser composto por verduras cruas, com tomate, pepino, cenoura crua ralada salpicado com molho caseiro composto de limão, azeite e alho cru espremido. A salada deve ser acompanha por arroz integral com feijão e uma porção de peixe grelhado ou cozido . A sobremesa ideal seria uma porção de fruta (frutas vermelhas, maçã, uvas) e/ou um punhado de nozes. “Quanto mais verduras e legumes coloridos estiverem compondo o prato, mais saudável será”, finaliza.
Fonte: http://www.portaldoconsumidor.
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