Vasectomia
Planejar o tamanho que cada família deve ter é um assunto privado, definido entre marido e mulher. Mas quando o casal decide não ter mais filhos, o homem pode participar desse processo ao optar por uma vasectomia. “Os homens devem se engajar na discussão do planejamento familiar inclusive para evitar que suas companheiras sejam submetidas à laqueadura das trompas, um procedimento cirúrgico bastante dolorido, que exige internação e oferece risco à saúde feminina”, diz Eduardo Chakora, coordenador da Saúde do Homem, do Ministério da Saúde.
A vasectomia é cirurgia simples que interrompe a passagem dos espermatozóides do saco escrotal para o líquido ejaculado. Após anestesia local, é feita uma pequena incisão no saco para localizar os canais deferentes, por onde passam o sêmen com os espermatozóides. Eles são cortados e depois amarrados. Por fim, o médico fecha o pequeno corte. O procedimento costuma ser rápido e pode ser realizado até em ambulatório, sem necessidade de centro cirúrgico. Em menos de 30 minutos o homem está liberado e pode deixar o local andando. Trata-se de um procedimento reversível, mas a taxa de sucesso da cirurgia de reconexão entre os canais deferentes varia de homem para homem. Por isso, a opção pela vasectomia precisa ser muito clara para o paciente.
Para incentivar interessados a procurar o procedimento, o Ministério tem promovido, junto às secretarias de Saúde dos Estados, ações positivas, entre elas: maior facilidade de acesso do homem ao procedimento e a possibilidade de fazer a cirurgia em ambulatório médico, sem necessidade de internação. Ambas incluídas na Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem.
As ações têm dado resultado. A vasectomia vem sendo cada vez mais realizada no País pelo SUS. Em 2009, 7.623 procedimentos foram feitos em nível ambulatorial. Já em 2010, mais de 10 mil homens se submeteram à cirurgia. Considerando todos os procedimentos realizados (em ambulatório e hospitalar) foram feitas mais de 34 mil vasectomias em 2009. Um avanço comparado aos números de 2001, quando pouco mais de sete mil pacientes fizeram o procedimento.
Os homens não precisam ficar com medo da cirurgia. O urologista Roni de Carvalo Fernandes, diretor da Sociedade Brasileira de Urologia – Secção São Paulo, garante que é uma picada quase indolor. “O paciente pode, se quiser, pedir que seja aplicado um anestésico em creme na pele para minimizar as dores no local.” Após a cirurgia, recomenda-se a aplicação de bolsas com gelo no local, repouso no dia da cirurgia e uso de suspensório escrotal para evitar dores e complicações. É importante manter um método anticoncepcional durante os 60 dias após o procedimento porque alguns espermatozóides permanecem vivos no canal que chega no pênis. E entre 30 e 60 dias depois da cirurgia realizar um espermograma para constatar a ausente dos espermatozóides.
Importante esclarecer também que a vasectomia não afeta o desempenho sexual. Os nervos e vasos sanguíneos envolvidos na ereção não são atingidos na cirurgia. O procedimento apenas interrompe a passagem dos espermatozóides dos testículos para o pênis. O líquido seminal produzido pela próstata continua sendo ejaculado, mas sem o sêmen.
Caso tenha tomado a decisão de fazer a vasectomia, saiba que o SUS só permite que essa cirurgia seja realizada em homens com mais de 25 anos e que já tiveram no mínino dois filhos.
Fontes:Ministério da Saúde
Sociedade Brasileira de Urologia
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