Doenças cardiovasculares variam com tipo de sangue

A maioria das pessoas já está ciente de que a hipertensão arterial, o tabagismo, a obesidade, o diabetes e o colesterol elevado são fatores de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares. Agora, podemos acrescentar mais um à lista: o tipo de sangue. Felizmente, a maior parte da população se enquadra na categoria de baixo risco nesse sentido.

Publicado em 14 de agosto, na revista Arteriosclerose, Trombose e Biologia Vascular, um estudo, realizado pelo Dr. Qi Lu e sua equipe da Escola de Saúde Pública de Harvard, analisou dados sobre mais de 77 mil indivíduos com idades entre 30 e 75 anos. Os participantes foram acompanhados por mais de 20 anos para verificar se havia uma correlação entre o tipo sanguíneo e as doenças cardíacas.

Os cientistas descobriram que pessoas com tipo sanguíneo AB apresentavam risco maior de desenvolver doenças cardíacas em cerca de 23% em comparação com o grupo de menor risco, ou seja, do tipo O. Já aquelas com sangue tipo B apresentavam um risco aumentado em 11% e as do tipo A, tiveram aumento de 5%. Não houve variação de risco para os subtipos de Rh positivo ou negativo.

No Brasil, os tipos de sangue estão distribuídos da seguinte forma:

  • 45% dos brasileiros têm sangue tipo O
  • 42% são do tipo A
  • 10% são do tipo B
  • 3% são do tipo de sangue AB

Aqui está um resumo do aumento do risco de doença cardiovascular:

  • Tipo de sangue O = sem risco aumentado
  • Tipo A = risco 5% maior
  • Tipo B = risco 11% maior
  • Tipo AB = risco 23% maior

O tipo sanguíneo é uma característica herdada geneticamente e determinada por ambos os pais, e (a menos que você receba um transplante de medula óssea) não poderá alterá-lo. Mas o que realmente determina o seu tipo é a presença ou ausência de várias proteínas, carboidratos e lipídios na superfície de suas células vermelhas do sangue.

As pessoas com sangue tipo O são consideradas “doadoras universais”, uma vez que, teoricamente, podem doar para todos os tipos, enquanto, no outro extremo do espectro, aquelas com sangue tipo AB são chamadas “receptoras universais”, pois podem receber transfusão de qualquer um dos tipos sanguíneos. Os que possuem sangue tipo O só podem receber transfusões do tipo O.

A razão para que os indivíduos da categoria A, B e AB apresentem um risco maior de doenças cardiovasculares parece estar relacionada ao fato de que apresentam mais chances de coagulação e seus níveis de colesterol podem ser ligeiramente superiores. Além disso, os tipos “não-O” podem ter mais inflamações e respostas imunizadoras que levam à formação de mais placas e coágulos no sangue — características principais da doença cardiovascular.

Dessa forma, o que você pode fazer, caso não seja tipo O? Nem tudo é tão significativo porque há muitos outros fatores que podem ser controlados (exceto o tipo sanguíneo). Pode-se neutralizar qualquer risco acrescido sendo cuidadoso com sua dieta e seu peso, não fumar e fazer exercícios regulares. Se tiver diabetes ou pressão arterial elevada, verifique se ambos estão controlados.

Fonte: ProcuraMED – Brasil
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