Consumo frequente de frituras está ligado a maior risco de câncer de próstata

Foto: Corbis.com

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O consumo regular de alimentos fritos está associado a um risco aumentado de desenvolver câncer de próstata, de acordo com um estudo de cientistas do Centro Fred Hutchinson de Pesquisa sobre o Câncer nos EUA. E o efeito parece ser maior para as formas mais agressivas da doença. As descobertas foram publicadas na revista The Prostate.

Estudos anteriores já haviam sugerido que o consumo de alimentos cozidos em alta temperatura, como carne grelhada, pode aumentar o risco de câncer de próstata. A nova pesquisa, desenvolvida por Janet Stanford e colaboradores da Divisão de Ciências da Saúde Pública do Centro Hutchinson, é a primeira a adicionar a fritura à essa equação de risco.

O consumo de alimentos fritos já está associado aos cânceres de mama, de pulmão, de pâncreas, de cabeça e pescoço e do esôfago.

Os homens que relataram comer batatas fritas, frango frito, peixe frito ou outros alimentos fritos pelo menos uma vez por semana tinham risco aumentado de ter câncer de próstata de 30% a 37% em comparação com os que disseram que comiam esses alimentos menos de uma vez por mês.

O consumo semanal destes alimentos foi associado também com risco levemente maior de desenhvolver um tumor de próstata mais agressivo.

Os pesquisadores controlaram fatores como a história, idade, raça, histórico familiar de incidência de câncer de próstata e massa corporal, entre outros, ao fazer o cálculo da associação entre comer alimentos fritos e risco de câncer de próstata.

Stanford e colegas analisaram dados envolvendo 1.549 homens diagnosticados com câncer de próstata e 1.492 homens saudáveis pareados por idade.

Os homens eram caucasianos e afro-americanos residentes da área de Seattle com idades entre 35 e 74 anos. Os participantes foram convidados a preencher um questionário dietético sobre o seu consumo habitual de alimentos, incluindo especificamente alimentos fritos.

Fritar os alimentos pode desencadear a formação de substâncias cancerígenas que serão consumidas junto com os alimentos.

Os possíveis mecanismos por trás do risco aumentado de câncer incluem o fato de que, quando o óleo é aquecido a temperaturas adequadas para fritar, compostos potencialmente cancerígenos podem formar-se no alimento frito.

Os compostos cancerígenos incluem acrilamida (encontrado em alimentos ricos em carboidratos, como batatas fritas), aminas heterocíclicas e hidrocarbonetos aromáticos policíclicos (substâncias químicas formadas quando a carne é cozida a altas temperaturas), aldeído (um composto orgânico encontrado no perfume) e acroleína (substância química encontrada em herbicidas).

A concentração desses compostos tóxicos aumenta com a reutilização de óleo e o aumento do tempo de fritura. Um peito de frango frito submerso em óleo por 20 minutos contém mais de nove vezes a quantidade de compostos tóxicos do que um peito de frango cozido por uma hora, por exemplo.

 

Fonte: Folha Online
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