Comissão Européia exigiu que a Espanha explique como a enfermeira foi infectada dentro de hospital em Madri

Comissão Européia exigiu que a Espanha explique como a enfermeira foi infectada dentro de hospital em Madri

Mais casos do vírus Ebola vão se espalhar quase que inevitavelmente pela Europa, mas o continente está bem preparado para controlar a doença, informou ontem aOrganização Mundial da Saúde (OMS), no dia seguinte à divulgação da notícia de que uma enfermeira havia sido contagiada em Madri, o primeiro caso de infecção pelo Ebola fora da África. “Casos importados similares ao que aconteceu na Espanha também vão ocorrer provavelmente no futuro”, disse a diretora da OMSpara Europa, Zsuzsanna Jakab. “E algo bastante inevitável por causa do grande número de viagens tanto da Europa para os países afetados como no sentido inverso”, completou Jakab.

A enfermeira contaminada Teresa Romero, de 44 anos, tratou de dois missionários mortos por Ebola em um hospital de Madrid. Vários países na região europeia da OMS, como França, Grã-Bretanha, Holanda, Noruega e Espanha, trataram pacientes repatriados após contraírem o Ebola nos países-foco do surto: Guiné, Serra Leoa e Libéria. A epidemia já matou mais de 3,4 mil pessoas desde março, deixando 7,4 mil contaminados.

Jakab disse que os funcionários de saúde que cuidam dos pacientes, seus familiares e pessoas próximas, são os que correm o maior risco de serem infectados. “O mais importante é que a Europa ainda se encontra em risco baixo e a parte ocidental da região é a mais bem preparada do mundo para responder a febres virais hemorrágicas, como o Ebola”, ponderou. A infecção da enfermeira na Espanha levou a União Europeia a pedir explicações ao governo espanhol.Teresa usava roupas protetoras impermeáveis. Mas funcionários do hospital protestavam ontem, afirmando que as vestimentas não tinha o nível máximo de impermeabilidade, e não tinha um aparato respiratório independente. Eles pediam a renúncia da ministra da Saúde, Ana Mato. O Ebola é transmitido por fluidos corporais, como sangue e saliva, mas também foi detectado no leite materno, na urina e no sêmen. Segundo a OMS, o vírus pode durar no sêmen de um homem infectado por 90 dias. “Houve evidentemente um problema em algum momento”, disse Frederic Vincent, porta-voz da Comissão Europeia. Em todo o continente as bolsas sofreram fortes perdas, principalmente as companhias aéreas.

Além de Teresa, foram internadas mais quatro pessoas, inclusive o seu marido. As autoridades tentavam localizar os que mantiveram contato com Teresa: 52 pessoas já foram colocadas sob vigilância. Até mesmo o cachorro da enfermeira entrou no foco das autoridades sanitárias, que anunciaram a pretensão de sacrificá-lo. A notícia causou uma grande polêmica na internet, com o protesto de defensores de animais e a criação da hashtag #SalvemosAExcalibur, que se tornou viral.

“Não podemos colocar uma venda nos olhos. Há uma pessoa com Ebola que esteve em contato com outras”, disse Fernando Simón, coordenador do Centro de Alertas e Emergências do Ministério da Saúde à rádio “Cadena Ser”. “A possibilidade de contágio existe. É baixa, mas existe”, completou. Em um esforço para tranquilizar a população, as autoridades abriram uma linha de telefone e um e-mail para esclarecer as dúvidas.

Vai acontecer, mas o mais importante é que a Europa ainda tem risco baixo e a parte ocidental da região é a mais bem preparada do mundo para conter febres virais hemorrágicas

Zsuzsanna Jakab

Foto: divulgação / reprodução

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