Amentação é a maior aliada no combate à mortalidade infantil

A infância é um período muito importante para o desenvolvimento do ser humano. Por isso, o Ministério da Saúde e a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) lançaram hoje a campanha “Amamentar hoje é pensar no futuro”, com o objetivo de incentivar as mães brasileiras a amamentar até os dois anos ou mais e de forma exclusiva até o sexto mês de vida do bebê.

Já está comprovado que, graças aos inúmeros fatores existentes no leite materno que protegem contra infecções, o número de mortes de crianças amamentadas é menor. O leite materno é um dos maiores aliados no combate à mortalidade infantil. Só na última década, o Brasil reduziu a taxa em 47%, graças a um conjunto de políticas públicas voltada para a família, a gestante e a criança, como por exemplo a Rede Cegonha. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Unicef, em torno de seis milhões de vidas de crianças estão sendo salvas a cada ano por causa do aumento das taxas de amamentação exclusiva.

O coordenador da Saúde da Criança do Ministério da Saúde, Paulo Bonilha, explica que o leite materno pode evitar a morte da criança porque ele a protege de várias doenças. “Além da diminuição de chance de ter diarreia e outras doenças infecciosas – alergias, rinite alérgica, asma, alergias de pele – também está comprovado que o bebê que mama no peito tem vantagem no desenvolvimento intelectual, porque o leite humano tem uma série de substâncias que estimulam o crescimento do cérebro humano. E tem o ponto de vista afetivo. O contato com a mãe é fundamental, porque é tranquilizador, é um calmante que vai fortalecer o vínculo do bebê com a mãe e da mãe com o próprio filho”, diz.

Amamentação: essencial para o desenvolvimento do bebê

Até os seis meses de idade não há a necessidade de qualquer complementação. “A orientação é que o bebê mame só no peito da mãe. Não há necessidade de dar água ou chá. O bebê mata a sede com o próprio leite materno. Leite materno tem pouco sal, que é o que provoca sede no ser humano”, destaca Bonilha.

Caso a mãe não consiga amamentar, a orientação é que ela procure um banco de leite humano. “Em algumas situações, quando o bebê nasce prematuro e fica internado, a mãe pode procurar o leite humano ofertado por bancos de leite, locais que recebem leite materno de mães que estão amamentando e que doam o excedente do seu leite. Esse local pasteuriza o leite para eliminar a possibilidade de contaminação de bactérias e vírus. Então esse leite é uma opção porque continua tendo as propriedades nutricionais do leite materno que são insubstituíveis. É uma alternativa que está sendo muito utilizada. O Brasil tem a maior rede de banco de leite do mundo. Mas caso não seja possível nem o leite materno nem o leite humano, a alternativa são as fórmulas”, ressalta.

Rede Cegonha

A Rede Cegonha orienta as mães, durante o pré-natal, sobre como amamentar seu bebê, a importância do aleitamento exclusivo até os seis meses de vida e sobre continuar amamentando a criança até os dois anos ou mais. A Rede Cegonha também traz em suas ações a promoção da amamentação na primeira hora de vida e o fortalecimento do vínculo mãe/bebê por meio do contato pele a pele logo após o nascimento. O primeiro ano de funcionamento da estratégia também permitiu a redução de 21% dos óbitos maternos.

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